O Brasil superou, em fevereiro, a marca de 37 GW de potência instalada em GD (geração distribuída) – modalidade permite aos consumidores se tornarem produtores de energia, utilizando fontes renováveis como a solar fotovoltaica.
Para 2025, a expectativa da ABGD (Associação Brasileira de Geração Distribuída) é que o segmento registre um crescimento da ordem de 20% na potência instalada, com mais de R$ 25 bilhões em investimentos privados e a criação de mais de 100 mil novos empregos.
“A GD reduz a dependência da rede elétrica convencional, proporcionando autonomia energética e benefícios ambientais e socioeconômicos. Sua expansão democratiza o o a soluções energéticas sustentáveis e contribui diretamente para a redução da pegada de carbono, sem emissão de poluentes”, explica Carlos Evangelista, presidente da associação.
O executivo também destaca que a modalidade também ajuda a fomentar o desenvolvimento tecnológico e viabilizar novos modelos de negócios. “A GD se consolida como um pilar fundamental da segurança energética do país e uma ferramenta estratégica para um futuro mais sustentável”.
Impacto da GD no sistema elétrico
Apesar dos seus benefícios, a ABGD afirma que o avanço da geração distribuída tem levantado discussões sobre a sua integração junto ao SIN (Sistema Interligado Nacional), especialmente em relação ao curtailment – os famosos cortes de geração devido a limitações na infraestrutura de transmissão.
“A GD é a única forma de geração que nasce vinculada ao consumo final, ajudando a mitigar problemas no sistema elétrico. O verdadeiro motivo dos cortes de geração no Brasil está na falta de planejamento e na limitação estrutural das redes de transmissão, problemas que não têm qualquer relação com a geração distribuída”, afirmou Evangelista.
Segundo o executivo, atribuir os custos do curtailment à GD desvia a atenção das autoridades competentes para os desafios estruturais enfrentados pela GC (geração centralizada).
“Além disso, a GD alivia o sistema elétrico ao gerar energia próxima ao consumo, reduzindo perdas na rede e minimizando a necessidade de investimentos em infraestrutura de transmissão”, enfatizou o presidente da associação.
Nos últimos meses, a GD tem sido alvo de críticas relacionadas ao curtailment, especialmente por parte das distribuidoras de energia, que alegam que o crescimento acelerado do segmento poderia estar impactando a operação do SIN e gerando desafios na gestão da rede elétrica.
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