O setor elétrico brasileiro emitiu, em média, 28,9 kg de dióxido de carbono (CO₂) por MWh gerado em abril de 2025. O dado foi divulgado pelo MCTI (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação) e representa uma elevação em relação aos meses anteriores. Em março, o fator de emissão foi de 21,5 kg/MWh; em fevereiro, de 24,8 kg/MWh; e em janeiro, de 23,7 kg/MWh.
Os números fazem parte do SIRENE (Sistema de Registro Nacional de Emissões), plataforma mantida pelo MCTI para dar transparência aos dados de emissões de GEE (gases de efeito estufa) no Brasil. O fator médio mensal de emissão é utilizado por empresas, órgãos públicos e instituições para elaboração de inventários de emissões e em iniciativas de descarbonização, como os projetos do MDL (Mecanismo de Desenvolvimento Limpo).
Apesar da variação registrada em abril, a tendência histórica é de queda nas emissões médias do setor elétrico, acompanhando o aumento da participação das fontes renováveis na matriz. De acordo com o Anuário Estatístico da EPE (Empresa de Pesquisa Energética), 88,2% da oferta interna de energia elétrica no Brasil em 2024 teve origem em fontes limpas, sendo 56,1% provenientes de usinas hidrelétricas e 23,7% de fontes solar e eólica combinadas.
A nota técnica do MCTI destaca que, a partir de 2025, a base de cálculo do fator de emissão ou a incluir novos empreendimentos renováveis conectados ao SIN (Sistema Interligado Nacional). Conjuntos de usinas solares, eólicas e termelétricas a biomassa — mesmo quando compartilhando o ponto de conexão — agora são considerados integralmente. Até 2024, apenas usinas eólicas conectadas individualmente à rede entravam no cálculo.
Essas fontes renováveis e de baixa emissão contribuem para a redução do fator médio ao longo do tempo. A metodologia de cálculo permanece inalterada, considerando exclusivamente a energia despachada ao SIN, sob coordenação do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico).
A secretária de Políticas e Programas Estratégicos do MCTI, Andrea Latgé, afirmou que a atualização da base de dados do SIRENE representa um avanço importante. “A atualização assegura que os fatores de emissão reflitam da maneira mais precisa possível a evolução do setor elétrico brasileiro. Isso garante maior transparência e confiabilidade para os usuários que utilizam esses dados em seus inventários e análises”, avaliou.
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