MME firma acordo com estatal russa para avanço da energia nuclear no Brasil

Parceria também visa mapear o potencial brasileiro na exploração de urânio
2 min 8 seg de leitura
Foto: MME/Divulgação

O MME (Ministério de Minas e Energia) firmou um acordo com a Tenex, subsidiária da estatal russa Rosatom, com o objetivo de mapear o potencial brasileiro para a exploração de urânio e o desenvolvimento de pequenas centrais nucleares.

Durante missão oficial à Rússia, o ministro Alexandre Silveira destacou que a energia nuclear deve ser analisada sob uma perspectiva global, especialmente no contexto da segurança e transição energética. 

Segundo ele, investir na cadeia do urânio é estratégico, uma vez que o Brasil detém uma das maiores reservas do mundo — estimadas em cerca de 280 mil toneladas — além de figurar entre os seis principais produtores globais de lítio e possuir a oitava maior reserva mundial do mineral.

O acordo também contempla o estudo e desenvolvimento de reatores nucleares modulares, conhecidos pela sigla SMR (Small Modular Reactors). Com potência variando entre 10 e 300 MW, esses reatores são voltados tanto para uso industrial quanto para geração de energia elétrica.

“É uma energia que, sem dúvida, será fundamental para o sistema elétrico, sobretudo por contribuir na redução dos custos com transmissão — uma das principais parcelas do preço da energia no Brasil”, afirmou Silveira.

O ministro também ressaltou o potencial dos SMRs para substituir termelétricas a óleo na região amazônica. “Com os pequenos reatores nucleares, poderemos produzir energia diretamente nas indústrias eletrointensivas. Na Amazônia, é muito mais viável transportar o combustível nuclear, que é seguro e representa uma fonte limpa de energia”, completou.

Silveira informou ainda que os russos já iniciaram um planejamento para identificar as potencialidades do Brasil no setor nuclear com fins pacíficos. “Eles vão nos ajudar a diagnosticar o que temos no nosso território e se colocaram à disposição para iniciar as discussões sobre uma possível parceria no desenvolvimento dos reatores modulares”, concluiu.

Os SMRs estão ganhando relevância como solução segura e sustentável para a transição energética. Compactos, versáteis e com menor risco operacional, eles oferecem flexibilidade e confiabilidade na geração de energia limpa. Produzidos em fábricas, podem ser transportados e instalados em diferentes regiões, inclusive em locais remotos, o que reduz custos e facilita a expansão da infraestrutura energética.

Além de gerar eletricidade, os SMRs têm múltiplas aplicações: podem ser usados em sistemas de cogeração, aquecimento urbano, dessalinização da água, produção de vapor industrial e geração de hidrogênio.

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Wagner Freire
Wagner Freire é jornalista graduado pela FMU. Atuou como repórter no Jornal da Energia, Canal Energia e Agência Estado. Cobre o setor elétrico desde 2011. Possui experiência na cobertura de eventos, como leilões de energia, convenções, palestras, feiras, congressos e seminários.

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