A Prefeitura de Curitiba (PR) encaminhou à Câmara Municipal nesta semana dois projetos de lei que pedem a autorização dos vereadores para contratar até R$ 1 bilhão em financiamentos junto a instituições nacionais e internacionais.
O valor seria destinado a projetos estratégicos nas áreas de mobilidade urbana e sustentabilidade, com destaque para a aquisição de ônibus elétricos e a instalação de sistemas de energia solar em prédios públicos da capital paranaense.
O financiamento integra o “Plano de Inovação Urbana e Ação Climática de Curitiba”, que prevê obras e investimentos estruturantes com foco na redução das emissões de carbono e na modernização dos serviços públicos.
Um dos principais objetivos é eletrificar parte da frota do transporte coletivo, substituindo gradativamente os ônibus a diesel por modelos 100% elétricos. A meta é iniciar a transição por linhas que operam nos eixos estruturais, reduzindo os níveis de poluição e o ruído urbano.
Paralelamente, o município também pretende investir em infraestrutura para recarga elétrica e na expansão de tecnologias limpas nas garagens e terminais.
Outra frente relevante do plano está na implantação de usinas solares em telhados de escolas, postos de saúde, centros istrativos e demais equipamentos públicos.
A expectativa da Prefeitura é que a geração própria de energia solar contribua para a redução das despesas operacionais com eletricidade, além de fomentar uma cultura de sustentabilidade na gestão pública.
O que preveem os projetos de lei?
O primeiro projeto protocolado pela Prefeitura na Câmara prevê a contratação de crédito de até R$ 380 milhões junto ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
Os recursos serão aplicados na renovação da frota da linha Inter 2 com veículos elétricos e na implantação de eletropostos. A operação está inserida no Novo PAC, eixo Cidades Sustentáveis e Resilientes. O público impactado deve ser de 91 mil ageiros por dia.
Já o segundo projeto, de natureza internacional, propõe a obtenção de até 100 milhões de euros (cerca de R$ 635 milhões, conforme a cotação atual) junto ao banco alemão KfW.
Os recursos serão direcionados à aquisição de ônibus elétricos para as linhas BRT Leste-Oeste e Interbairros II, além da instalação de sistemas fotovoltaicos em edifícios públicos, como escolas e terminais de transporte, e da expansão dos eletropostos.
Na parte de mobilidade elétrica, a estimativa é que a substituição da frota de ônibus à combustão reduza em até 15,9 mil toneladas anuais as emissões de CO₂, além de diminuir a poluição sonora e reduzir custos com a saúde pública.
No que se refere à geração de energia solar, a previsão é que a instalação de sistemas fotovoltaicos resulte em uma capacidade de até 22,8 MW, suficiente para abastecer diversos prédios municipais.
Prazos
Ambas as propostas tramitam em regime de urgência do Executivo, o que exige sua aprovação em até 45 dias. Segundo a istração municipal, os financiamentos só serão contratados após análise de viabilidade técnica e financeira, e ainda arão pela aprovação final da Câmara.
Os recursos internacionais deverão ter prazos longos de pagamento e condições especiais, alinhadas aos compromissos da cidade com a agenda climática global.
A proposta, que tramita em regime de urgência na Câmara de Vereadores, deve ser analisada pelas comissões permanentes da casa nos próximos dias. Caso aprovada, representará um dos maiores investimentos em infraestrutura sustentável da história recente da capital paranaense.
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